Após o 25 de abril, o capitão João Carlos Roque teve de dominar uma revolta no quartel que comandava em Moçambique, na sequência da qual teve o bom senso e a coragem de tomar uma decisão para a qual nenhuma instrução militar o havia preparado.
“Mandei-o chamar ao meu gabinete, e, a sós com ele, disse-lhe que a conversa que iríamos ter não seria de capitão para subordinado, mas sim de homem para homem; afirmei-lhe saber da sua condição de simpatizante da FRELIMO, mas apenas por dedução pessoal; prossegui, dizendo que achava que ele saberia o que eu pensava sobre aquela guerra, sendo a minha posição a de cumprir ordens, sim, mas acima de tudo, de zelar pela integridade física dos duzentos homens que ali estavam, ele incluído (…).
Ouviu-me atenta e interessadamente, sem nunca falar, (…) não confirmou nem negou nada, e apenas me disse que iria fazer o possível ao seu alcance; selámos o “acordo” com um apertar de mãos.”
Leia mais no capítulo Revolta no Quartel do livro Ilha de Metarica: Memórias da Guerra Colonial, de João Carlos Roque.
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