Ao chegar a Moçambique, o capitão João Carlos Roque foi surpreendido pela atitude dos colonos portugueses: "A população branca aí residente não morria de amores pela tropa portuguesa, apenas nos tolerava porque “naturalmente”, tínhamos a obrigação de os defender. A Beira olhava para a Rodésia como exemplo: ainda recentemente, em 1965, os colonos brancos, liderados por Ian Smith, tinham declarado unilateralmente a independência, sem envolvimento das populações negras… será que a população branca de Moçambique considerava que a tropa da metrópole era um entrave a uma solução à moda da Rodésia? Não sei, mas sei que cheguei a observar gente que cuspia à minha passagem, quando eu, ingenuamente, fui fardado ao centro da cidade da Beira."
Dois anos depois, os brancos, opondo-se à entrega do poder à FRELIMO, revoltaram-se e assaltaram o Rádio Clube de Moçambique. O capitão João Carlos Roque viu-se envolvido nestes confrontos, quando já estava em Nampula, para desmobilizar a sua companhia. Saiba o que lhe pediram e como reagiu lendo o capítulo Regresso a Lisboa do livro Ilha de Metarica, Memórias da Guerra Colonial.
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Foto: vista geral da cidade da Beira no início do século XX (Arquivo Nacional da Torre do Tombo, aqui)
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