2015-07-22

Heteronormatividade do Plano Nacional de Leitura?


Fomos comparar a Lista de 50 Livros LGBTQ que Todos Devem Ler com as centenas e centenas de obras recomendadas no Plano de Leitura Nacional e apenas encontrámos uma meia dúzia de obras coincidentes.

Estão omissos grandes autores da literatura de temática LGBTQ, como Christopher Isherwood, Gore Vidal, Somerset Maugham, Evelyn Waugh, Jean Genet, Marcel Proust ou Patricia Highsmith, por exemplo, e entre os mais recentes, Alan Hollinghurst (Man Booker Prize), Alice Walker, Colm Toibin, Armistead Maupin, Edmund White, Ali Smith, Yukio Mishima ou Michael Cunningham (Pulitzer Prize).

E entre os lusófonos, não encontrámos as Canções, de António Botto, nem as obras precursoras, O Barão de Lavos (Abel Botelho) ou O Bom Crioulo (Adolfo Caminha), tal como não estão presentes obras de autores contemporâneos, como os romances de Caio Fernando Abreu, Frederico Lourenço, Guilherme de Melo ou Eduardo Pitta, a poesia de Al Berto, Joaquim Manuel Magalhães ou Luís Miguel Nava, ou os ensaios de Miguel Vale de Almeida.

Curiosamente, entre os princípios definidos para o Plano Nacional de Leitura, pode ler-se: 
"Os projectos de leitura devem rejeitar tentações de modelo único. Exigem uma atitude aberta, flexível onde caibam múltiplos percursos, os percursos que a diversidade humana aconselha a respeitar."

Está na hora de passar das palavras à prática, e equilibrar a lista de leituras, tornando-a menos heteronormativa, para abraçar abertamente a diversidade humana.  

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