2016-02-02

Capítulo 1 de Todo Teu, o novo livro de Nuno Oskar

Está quase pronto, o primeiro livro da série Todo Teu, de Nuno Oskar, não aconselhável a garotos rebeldes que precisam de castigo! A seguir, como aperitivo, o capítulo 1.



Capítulo 1

Acordei assustado, a transpirar. Não conseguia dormir e não conseguia deixar de pensar no meu primo. Tudo tinha começado numa manhã de junho, fazia agora quatro anos. Eu era apenas um miúdo e estava a descobrir a vida. O Fábio, na escola, já me tinha dito que era normal, que significava que já éramos homens e os homens faziam-no. Eu não percebia muito bem, mas experimentei. Era bom tocar-me, eram umas cócegas boas, que arrepiavam. O Fábio também dizia que era normal ficarmos a tremer, cansados. Agora já compreendia o que ele queria dizer, aquele formigueiro enquanto me roçava nos lençóis, abraçado à almofada, e os espasmos que depois me percorriam o corpo.

Nessa manhã, há quatro anos, quando acabou, fiquei quieto, a respirar depressa, como se estivesse a recuperar de uma corrida de vinte minutos. Fechei os olhos e sorri, eu adorava aquilo, agora fazia-o quase todos os dias. Foi então que tudo se precipitou.

– Tu estiveste a fazer o que eu acho que estiveste?

Senti-me a estremecer com o susto e abri os olhos, em pânico. O meu primo estava de pé, à porta do quarto, a olhar para mim com um sorriso de gozo. Senti um enorme calor na cara. O que é que ele estava a fazer ali? Vi-o curvar-se sobre a cama e agarrar os lençóis.

– Não! Pedro! – exclamei em pânico.

Tentei segurar a roupa, mas não fui a tempo, ele puxou-a para trás, destapando-me. Instintivamente, encolhi-me sobre mim próprio, tentando tapar-me, mas não consegui, estava sem as cuecas e ele viu tudo, percebeu bem o que tinha acontecido.

– Vieste-te! – aquilo era uma afirmação, não uma pergunta.

Pensei levar as mãos à cara, para me esconder, não sabia porque estava a sentir tanta vergonha, mas não podia fazê-lo, para não me expor, e enterrei a cabeça na almofada para não o ver e para ele não me ver a mim. Preferia asfixiar a encará-lo.

– Vieste-te, sim! – percebi que se ria e adivinhei que estava a olhar para a mancha molhada nos lençóis.

– Vai-te embora, Pedro! – gritei, com a voz abafada pela almofada, morrendo de vergonha, pressionando o corpo com toda a força contra a cama, o que me valeu uma valente palmada no traseiro, que estalou pelo quarto e me fez dar um pulo na cama.

– Não sejas parvo, deixa-me ver! – a sua voz endureceu.

Tentou tirar-me as mãos da frente do sexo, mas eu continuei a resistir. Ele ria-se, mas não desistiu.

– Chega, Nuno. Para já com essa merda! Deixa-me ver!

Eu ainda era um rapaz de treze anos, ele já era um homem de vinte e dois. Não consegui resistir. Agarrou-me as mãos, abriu-me as pernas, virou-me e ficou a olhar, parado. Não queria que aquilo estivesse a acontecer, não queria ter sido apanhado. Fechei os olhos com força. Mas os segundos passaram e o seu silêncio avivou-me a curiosidade, que se sobrepôs à vergonha. Espreitei para ver o que fazia, e esse movimento como que o despertou.

– Já fazes isto há muito tempo?

– Não – murmurei, sentindo a cara a ferver.

– Agora já és um homem, primito! – a sua expressão era um misto de divertimento e admiração.

Adorei ouvir aquilo, a vergonha e o medo atenuaram-se, ele parecia orgulhoso de mim. O meu corpo descontraiu-se, foi um alívio enorme, tinha pensado que fosse gozar-me. Geralmente, ele acabava sempre por troçar de mim.

– Estou orgulhoso de ti – confirmou.

Esbocei um sorriso tímido, que se desvaneceu instantaneamente quando ele passou o dedo pela minha barriga molhada e depois o levou à boca.

– O que é que estás a fazer? – perguntei-lhe, escancarando os olhos de espanto.

Ele sorriu ainda mais.

– Tens de limpar isto – disse, pegando nas minhas cuecas e passando-as na parte húmida dos lençóis. – Ninguém pode saber, ouviste? Muito menos a avó!



Foto de "A stare in a hostel", de symmetry_mind, aqui.



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