2015-07-23

Ontem: O Bom Crioulo no ILGA-Te à Leitura



Muito interessante, a conversa sobre O Bom Crioulo, no ILGA-Te à Leitura de ontem.

Alguns dos presentes sentiram que o romance apresentava uma modernidade surpreendente tendo em consideração a época em que foi escrito (1895), por exemplo, no despertar da sexualidade do adolescente Aleixo, que se deixa seduzir por Amaro para depois se encantar pela "portuguesa", no retrato de um amor independente do género ou pela ousadia de abordar o sexo interracial e a homossexualidade em ambiente militar. Outros, apesar de apreciarem as descrições de marinharia, sentiram dificuldade em se identificar com os personagens principais, Amaro, Aleixo e Carolina, o que poderá estar relacionado com o estilo da escrita, com utilização de muitos adjetivos e algumas expressões pouco comuns. 

Falou-se também sobre o autor, Adolfo Caminha, que sacrificou a vida profissional por amor de uma mulher casada, sobre a questão da identidade homossexual no final do século XIX, sobre a receção do romance pela crítica (escândalo!) e pelo público (silêncio!) e sobre a sua importância presente: é considerado um dos expoentes do naturalismo brasileiro e consta da lista de leituras para o exame vestibular de algumas universidades!

Em resumo, um fim de tarde literário muito agradável! 
Obrigado Nélson, Mónica, Hélder, João, Patrícia, João, Paulo, João, João e Luís!

Foto: Emmet Johnson por George Dureau

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2 comentários:

  1. Obrigada pela chamada de atenção. Interessa-me ler o livro.

    Abraço

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    Respostas
    1. É uma das obras importantes de um dos períodos mais ricos da literatura em português (tanto no Brasil como em Portugal), com nomes como Machado de Assis, Aluísio de Azevedo ou Eça de Queirós!

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